Empresas novatas devem preferir fundo a IPO
Os fundos de capital semente e de venture capital deverão ser uma solução mais recorrente de financiamento de empresas...
Os fundos de capital semente e de venture capital
deverão ser uma solução mais recorrente de financiamento de empresas
pré-operacionais ou em início de operação diante da maior dificuldade de acesso
ao mercado de capitais. A aversão ao risco, fruto do atual cenário econômico do
País, foi ampliada com a derrocada das empresas de Eike Batista. Por outro
lado, esse cenário traz boas oportunidades para novos investimentos desses
fundos, aponta o sócio da FIR Capital, André Emrich.
Atrair um investidor de alto risco, amadurecer o
negócio conquistando os primeiros resultados para apenas em um segundo momento
fazer uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) parece, na visão do
advogado e especialista em Mercado de Capitais do escritório Mattos Filho, Jean
Marcel Arakawa, um caminho viável para as companhias pré-operacionais.
"Não vimos mais nenhuma demanda para IPOs por parte dessa empresas e, na
nossa opinião, os espaços para ofertas estão muito reduzidos", disse
Arakawa.
Esse cenário pode abrir oportunidades para os
fundos de capital semente e de venture capital, que buscam empresas com
potencial de crescimento e que ainda estão em uma etapa inicial. Esse pode,
inclusive, ser o primeiro passo antes das companhias com esse perfil abrirem
seu capital, explica Clóvis Meurer, presidente da Associação Brasileira de
Private Equity e Venture Capital (Abvcap).
No ano passado a indústria de private equity e
venture capital investiu no Brasil R$ 15 bilhões, o que representou um
crescimento de 26,3% em relação ao ano anterior. Desse total, uma fatia de 3,5%
foi feito pelos fundos de venture capital, de acordo com dados da Abvcap.
Uma das empresas que investe nesse segmento é a
Nova Investimentos, que tem R$ 900 milhões sob gestão e dois fundos de venture
capital destinados à empresas pré-operacionais. Para o sócio da Nova
Investimentos, Raphael Fraga, os fundos de venture capital desempenham o papel
de financiar as empresas. "No Brasil as taxas de juros são historicamente
altas então fica ainda mais difícil o acesso de pequenas e médias empresas ao
crédito mais barato", disse.
Segundo o presidente da
Abvcap, como esses fundos visam vender sua fatia na empresa em até cinco anos
aproximadamente, a abertura de capital é um desfecho desejado. Em 2012, os
desinvestimentos desses fundos via IPO correspondem a mais de 46% das rotas de
saída. No entanto, se alguma empresa pré-operacional colocar sua oferta no
mercado neste momento encontrará investidores mais cautelosos, disse o sócio
sênior da Brasilpar, Gustavo Junqueira. Segundo ele, os investidores irão
preferir evitar especialmente os IPOs de áreas de alto risco, como óleo e gás.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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