Companhias de sistemas construtivos metálicos anunciam fusão




As companhias de soluções industriais para construção Dânica e a Zipco assinaram nesta segunda-feira, 20, um acordo para a fusão de suas operações, abrindo caminho para a criação da segunda maior empresa do segmento de sistemas construtivos metálicos do Brasil.


Com acordo costurado pelo Pátria Investimentos, a nova empresa, batizada de DânicaZipco, tem agora mais de 800 funcionários e fábricas no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Santa Catarina, Chile e México.

Segundo as empresas, com os ganhos somados, a nova companhia teria faturamento de R$ 600 milhões em 2014, ficando atrás somente da concorrente Medabil. A expectativa agora é um crescimento na casa de 10% em 2015 e dobrar de tamanho até 2020.
De acordo com os executivos envolvidos na operação, o diferencial competitivo em relação aos demais participantes do mercado é a oferta conjunta de estruturas metálicas e painéis termoisolantes industrializados.
Por um lado, a Dânica traz projetos e a produção de painéis termoisolantes em substituição a materiais convencionais usados em fechamentos laterais, divisórias e telhas para edificações industriais e comerciais. Já a Zipco entra na nova empreitada com soluções em coberturas metálicas para galpões de grande porte, incluindo vigas, telhas, domos, calhas, entre outros. Em ambos os casos, os produtos são preconcebidos e chegam na obra prontos para a montagem.
O Pátria Investimentos já era sócio da Zipco desde 2011 e encontrou uma oportunidade de crescimento na Dânica, que também procurava um parceiro. As empresas "têm ofertas complementares e poderão capturar uma série de sinergias comerciais que vão impulsionar o negócio", afirmou Steffen Nevermann, que deixa a posição de diretor-geral da Dânica para ocupar o cargo de diretor presidente da nova companhia.
Além de Nevermann, os empreendedores das outras companhias seguem com participações dentro da nova organização. A cadeira de diretor Financeiro terá Luciano Corrêa da Fonseca, diretor do Pátria e CFO da Zipco. O fundador da Zipco, Luiz Priori, por sua vez, será o diretor de Operações. A família Nevermann deterá 43,5% da empresa formada a partir da fusão, ao passo que o Pátria e Luiz Priori terão 56,5% da participação.
Mesmo diante do cenário de enfraquecimento macroeconômico, os executivos se mostram otimistas com as perspectivas da companhia. Para Nevermann, a diversificação de segmentos de trabalho permite uma sustentabilidade nos negócios. O executivo ressaltou que a Danica atua em construção civil, câmaras frias, supermercados e salas limpas. Assim quando uma área se mostra mais fragilizada, como é o caso da construção civil hoje, há outras oportunidades de crescimento, afirmou.
Luciano Corrêa da Fonseca apontou ainda, ao citar também as dificuldades do setor de construção civil, que momentos de crise fazem as empresas buscarem soluções mais eficientes, como as providas pela DânicaZipco. "Os nossos produtos geram economia de tempo e custos de obra. É natural que Brasil passe por essa evolução, que já foi observada em países desenvolvidos", afirmou.
De acordo com os executivos, os produtos customizados e pré-fabricados geram menor custo total do projeto, em função de orçamentos mais precisos, e reduzem os custos de operação.
Além disso, há também uma variação geográfica entre as duas companhias. Enquanto a Zipco já havia se consolidado no Nordeste e crescia no Sudeste, a Dânica fazia um caminho inverso. "O cross selling representa uma grande oportunidade. Vamos integrar a oferta de painéis termoisolantes e estruturas metálicas, com o cliente passando a negociar com um único fornecedor", disse Nevermann.
Por Lucas Hirata | Estadão Conteúdo

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