PRESIDENTE RENUNCIA À PRESIDÊNCIA DA OI, QUE PODE PEDIR CONCORDATA
A empresa de telefonia Oi anunciou nesta sexta-feira que o diretor-presidente Bayard De Paoli Gontijo renunciou ao cargo e que o Conselho de Administração elegeu o diretor administrativo financeiro Marco Schroeder para assumir cumulativamente o comando da companhia; De acordo com duas fontes com conhecimento direto do assunto, o pedido de demissão de Gontijo surpreendeu e foi motivado por uma relação tensa com parte do Conselho de Administração sobre a negociação da dívida
11 DE JUNHO DE 2016 ÀS
16:43
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A empresa de telefonia Oi anunciou nesta
sexta-feira que o diretor-presidente Bayard De Paoli Gontijo renunciou ao cargo
e que o Conselho de Administração elegeu o diretor administrativo financeiro
Marco Schroeder para assumir cumulativamente o comando da companhia.
Gontijo deixa a empresa no momento em
que a operadora de telecomunicações negocia um alívio de suas pesadas dívidas
financeiras. No começo do ano, ele havia prometido que conseguiria reestruturar
a posição de capital da companhia.
Ele assumiu a Oi no final de 2014
após a saída também repentina de Zeinal Bava, após o calote de quase 1 bilhão
de euros da holding Rioforte, do Grupo Espírito Santo, maior sócio da Portugal
Telecom, com a qual a Oi estava se fundindo.
Schroeder foi diretor de
Controladoria da Oi entre 2002 a 2011. Em 2014, o economista formado pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com especialização pela Harvard
Business School e na Wharton School, nos Estados Unidos, voltou à empresa,
atuando como diretor financeiro da PT Portugal.
Esta é a segunda saída repentina de
um presidente de uma grande companhia brasileira em apenas dois dias. Na
quinta-feira, a fabricante de jatos Embraer anunciou a saída do
presidente-executivo Frederico Curado, e que Paulo Cesar de Souza e Silva
assumiria o cargo a partir de julho.
De acordo com duas fontes com
conhecimento direto do assunto, o pedido de demissão de Gontijo surpreendeu e
foi motivado por uma relação tensa com parte do Conselho de Administração sobre
a negociação da dívida. Com a saída de Gontijo, as negociações passam a ser
lideradas pelo diretor de Finanças Corporativas, Flavio Nicolay Guimarães,
disseram as fontes.
DÍVIDA
A Oi encerrou o primeiro trimestre
com prejuízo líquido de 1,64 bilhão de reais, impactada pelo resultado
financeiro negativo de 1,9 bilhão de reais. A dívida líquida estava em março em
40,84 bilhões de reais, alta de 7 por cento ante
o fim do ano passado, enquanto
o caixa disponível ficou em 8,53 bilhões de reais, queda de 49,3 por cento
sobre o trimestre imediatamente anterior.
Em abril a empresa fechou um acordo
de confidencialidade com a Moelis & Company, que assessora um grupo de
detentores de bônus com vistas à reestruturação de sua dívida.
O esforço para reduzir o
endividamento veio após fracasso na tentativa de fusão com a TIM , com
participação da LetterOne, empresa de investimento do bilionário russo Mikhail
Fridman, que desistiu do negócio após ter proposto investir até 4 bilhões de
dólares na Oi, se ela se unisse à TIM. [L2N1640YL]
As agências de classificação de risco
Standard & Poor's e Moody's cortaram o rating global da Oi, em meio à
expectativa de que a estratégia da empresa para reduzir a dívida deveria
envolver troca de dívida com desconto.
(Por Juliana Schincariol, com reportagem adicional
Guillermo Parra-Bernal)
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