5 dicas para executivos que buscam entrar em um conselho de administração



Demanda por executivos nos conselhos cresceu em 2016; mas realizar essa tarefa exige tempo, dedicação e "virar a chave" do papel de gestor


03/12/2016 - 09H24 - POR ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE

O EMPRESÁRIO ABILIO DINIZ, PRESIDENTE DO CONSELHO DA BRF (FOTO: MASAO GOTO FILHO/E-SIM)


No ano de 2016, executivos foram mais demandados para integrarem conselhos de administração, segundo levantamento da Page Executive, braço da consultoria de recrutamento PageGroup. O movimento ocorreu principalmente em em empresas médias de capital fechado. Os conselhos normalmente são formados por profissionais mais sêniores que levam sua experiência para contribuir em novas estratégias.


Osvaldo Barbosa, ao deixar a presidência do LinkedIn no Brasil, afirmou que buscava justamente por uma oportunidade desta. “Há uma tendência de diversificar os conselhos trazendo pessoas com outras expertises, principalmente digitais”, diz. “Não adianta uma empresa de alimentação, de um setor tradicional, achar que não vai ser afetada pela tecnologia. Ela vai”, disse em agosto a Época NEGÓCIOS.

Do lado do executivo, é uma chance de atuar em outros setores e empresas. Abilio Diniz, por exemplo, como presidente do conselho da BRF têm contribuído expressivamente para o crescimento da companhia; José Galló, CEO da Renner, integra os conselhos do Itaú e Localiza; Marcos Lisboa, do Insper, é membro do conselho da Natura e Fábio Barbosa, sócio da Gávea Investimentos é membro do conselho do Itaú e da Osesp.

Mas quais habilidades ou preparação extra são exigidas de um executivo que queira fazer cadeira nos conselhos? Confira abaixo as dicas listadas por Leandro Muniz, diretor da Page Executive.

Atualização frequente

“Vários temas de governança, regulação e tecnologia são bastante novos, então é importante o conselheiro buscar o constante aprimoramento acadêmico e técnico”, diz Leandro Muniz. Ter certificações sobre temas relativos a governança corporativo, como da Fundação Dom Cabral e o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), também são reconhecidas e dão destaque no currículo.


Saber 'virar a chave'

Ser conselheiro não é apenas ter uma boa visão de negócios. É, sobretudo, "virar a chave" do papel de gestor para atuar como representante dos sócios, segundo Muniz. "Este é o principal desafio para a maior parte dos executivos. Deixar a decisão do dia-a-dia, pensar como sócio e atuar por meio de influência são os desafios mais frequentes".

Para preparar-se para essa mudança o especialista sugere a atuação prévia em comitês de suportes dos conselhos (financeiro, de pessoas e de estratégia) existentes em empresas de capital aberto no Brasil. Já em multinacionais ou subsidiárias de empresas estrangeiras, essa experiência pode vir através do contato do executivo com sócios ou por meio de conselhos não empresarias, como os do terceiro setor.


Entenda qual a contribuição que pode dar

Geralmente, os conselhos são formados por diferentes perfis, mas três são mais comuns. O especialista em governança corporativa, que tem forte capacidade de conciliar interesses e evitar conflitos; o especialista setorial, geralmente ex-CEOs que discutem mais estratégia e posicionamento e o "financista", geralmente ex-executivos de bancos ou do setor financeiro que pensam na melhor estrutura do capital e orientam em processos de fusões e aquisições. "Faça uma autoavaliação das competências e busque os pontos fortes importantes para o aspirante ao cargo", diz Muniz.

Networking

Segundo o levantamento, atualmente mais de 50% das indicações de conselheiros são feitas pelas próprias empresas, por profissionais de RH ou pelos próprios acionistas. Processos conduzidos por empresas de recrutamento, contudo, têm crescido. De um jeito ou de outro, é importante estar próximo desse público ou de consultorias especializadas.

Ser conselheiro exige tempo

Saiba exatamente qual tempo a participação no conselho irá demandar. “Há empresas que demandam dos conselheiros uma reunião mensal, em outros casos, trimestral. Viagens a planta industrial, pareceres técnicos/consultivos, apresentação e até relatórios são exigidos destes profissionais”, finaliza Muniz.

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