Ford pode deixar América do Sul, afirma especialista


Analista da JP Morgan se encontrou com executivos da marca, que demonstram preocupação com os prejuízos no continente.

A Ford está se preparando para tomar medidas extremas para conter os prejuízos que vem tendo na América do Sul, segundo um analista da JP Morgan, empresa de consultoria financeira. O especialista no setor automobilístico Ryan Brinkman fez o anúncio após uma reunião com dois executivos da empresa. Segundo Brinkman, a Ford pode deixar alguns mercados da região. A informação foi reportada pela agência Bloomberg.

A Ford global, no entanto, declarou que continuará atuando na região e se esforçando para torná-la “operacionalmente funcional”, nas palavras de seu porta-voz, Said Deep. Apesar disso, as vendas da fabricante na América do Sul vêm gerando prejuízos desde 2013. Apenas nos primeiros meses deste ano, a norte-americana já perdeu US$ 587 milhões no continente, um número que, apesar de representar uma perda, é superior com relação a 2016.

Grande parte dessa recuperação foi baseada nas vendas para frotistas, detalhou o analista da JP Morgan. Brinkman se encontrou com o diretor financeiro Bob Shanks e o presidente global de vendas, Jim Farley, para obter as informações, que foram publicadas em um relatório para os clientes da firma. No documento, ele afirma ainda que a Ford “está dedicada a fazer o que for preciso para estancar as perdas inaceitáveis na região”. De acordo com o analista, parcerias formais com concorrentes do setor seriam outra alternativa estudada pela marca.

As quedas nas vendas de automóveis na América do Sul podem ser entendidas como um reflexo das crises econômica e política que comprometeram a região nos últimos anos. No Brasil, o setor automotivo está em recessão desde 2012, com agravamentos consecutivos até 2015. Apenas em 2017 a indústria deu sinais de que daria início a uma recuperação.

Em nota, a Ford do Brasil nega que tem planos de deixar a região. “A Ford não tem planos de sair da América do Sul. A região continua sendo importante para as operações globais da marca. Estamos comprometidos com o sucesso dos nossos negócios locais e trabalhando para deixar nossas operações ainda mais competitivas na América do Sul”.

Ford no Brasil

O caso da Ford, no entanto, traz outra faceta. A marca nunca conseguiu se estabelecer como a favorita dos brasileiros na briga com as concorrentes, controlando uma média de 9,5% do mercado de automóveis e comerciais leves, segundo dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos (Fenabrave).


Historicamente, a norte-americana nunca superou nas listas de automóveis mais vendidos a Volkswagen, a Fiat e a Chevrolet.

Em 2016 e 2017, o Ka foi o terceiro mais emplacado no país. Nos anos anteriores, o Fiesta é que se aproximava do topo, alcançando a quarta posição. Antes disso, houve períodos em que o modelo mais vendido da marca não ultrapassou a sexta colocação.

Recentemente, a fabricante foi, inclusive, ultrapassada pela Hyundai, com o HB20. No ano passado, a Ford deixou a quarta posição que segurava como marca no emplacamento de veículos leves, caindo para a sexta, logo abaixo da Toyota. Neste ano, entretanto, a fabricante deu sinais de que estava se recuperando e, no acumulado até novembro, havia retornado à quarta colocação.


Publicado por:  AutoPapo

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