Ford pode deixar América do Sul, afirma especialista
Analista da JP Morgan se encontrou com executivos da marca, que demonstram preocupação com os prejuízos no continente.
A Ford global, no entanto, declarou que continuará atuando na região e se esforçando para torná-la “operacionalmente funcional”, nas palavras de seu porta-voz, Said Deep. Apesar disso, as vendas da fabricante na América do Sul vêm gerando prejuízos desde 2013. Apenas nos primeiros meses deste ano, a norte-americana já perdeu US$ 587 milhões no continente, um número que, apesar de representar uma perda, é superior com relação a 2016.
Grande parte dessa recuperação foi baseada nas vendas para frotistas, detalhou o analista da JP Morgan. Brinkman se encontrou com o diretor financeiro Bob Shanks e o presidente global de vendas, Jim Farley, para obter as informações, que foram publicadas em um relatório para os clientes da firma. No documento, ele afirma ainda que a Ford “está dedicada a fazer o que for preciso para estancar as perdas inaceitáveis na região”. De acordo com o analista, parcerias formais com concorrentes do setor seriam outra alternativa estudada pela marca.
Em nota, a Ford do Brasil nega que tem planos de deixar a região. “A Ford não tem planos de sair da América do Sul. A região continua sendo importante para as operações globais da marca. Estamos comprometidos com o sucesso dos nossos negócios locais e trabalhando para deixar nossas operações ainda mais competitivas na América do Sul”.
Ford no Brasil
O caso da Ford, no entanto, traz outra faceta. A marca nunca conseguiu se estabelecer como a favorita dos brasileiros na briga com as concorrentes, controlando uma média de 9,5% do mercado de automóveis e comerciais leves, segundo dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos (Fenabrave).
Historicamente, a norte-americana nunca superou nas listas de automóveis mais vendidos a Volkswagen, a Fiat e a Chevrolet.
Em 2016 e 2017, o Ka foi o terceiro mais emplacado no país. Nos anos anteriores, o Fiesta é que se aproximava do topo, alcançando a quarta posição. Antes disso, houve períodos em que o modelo mais vendido da marca não ultrapassou a sexta colocação.
Recentemente, a fabricante foi, inclusive, ultrapassada pela Hyundai, com o HB20. No ano passado, a Ford deixou a quarta posição que segurava como marca no emplacamento de veículos leves, caindo para a sexta, logo abaixo da Toyota. Neste ano, entretanto, a fabricante deu sinais de que estava se recuperando e, no acumulado até novembro, havia retornado à quarta colocação.
Publicado por: AutoPapo
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